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sábado




Inês,
Já há muito tempo que te digo que tive e tenho uma crença quase secreta de que há amores que podem durar para sempre.
Acreditava, na maior parte dos dias sem medos, que esse para sempre não tem que ser uma sucessão de monotonias, muito menos uma opção preguiçosa ou fácil. Mas antes algo inconstante pela certeza de quem queremos para partilhar as nossas pequenas coisas pelo menos neste momento. Um para sempre ainda que muitas vezes tempestivo.
Descobri finalmente que este para sempre não existe nem nunca existiu[..] Mas graças a esta minha ilusão temporária do ‘’ para sempre’’ eu pude sentir o maior dos meus amores, o que me fez viver coisas que jamais se repetirão.
Sabes hoje um amigo disse-me: “ tu ainda falas tanto dela…”
Sei que se ainda sinto tanto de ti é normal que por vezes fale de ti. Muitas vezes acontece, e lá começo eu a relembrar, a recapitular e reviver o que tu mais gostavas e o que menos gostavas em mim.
Falo de ti e escrevo para ti, porque sei que terei sempre algo para te dizer, porque simplesmente não consigo apagar-te da minha vida. Nem tento.
[Ver-te, de vez em quando, mesmo sabendo que é tudo fruto da minha imaginação é a única coisa que me acalma]


Não sentes saudades ?

[esta carta já foi escrita a muito tempo]

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